quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O Pai de Hoje!


Noticia do Campo Missionário (JMM)

Brasil - Julho 2011
(João 14, 8-11
8 Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.
9 Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
10 Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.)

Nós Cristãos, falamos todo o tempo de nosso Pai, e fazemos bem, pois assim Jesus nos ensinou, "Portanto, vós orarei assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja teu nome (Mateus 6:9). Mas uma coisa tel saltado à vista dos mais atentos: como entender esse relacionamento paterno, quando nosso mundo vive uma crise tão grande na paternidade?

Quando paramos para olhar a história recente da humanidade, percebemos que temos lutado contra o autoritarismo dos pais, que era a regra até pouco tempo atrás. Queremos superar o tempo em que os homens eram ensinados a se comportar como juízes e gerentes da vida dos filhos, pois era assim que se compreendia a liderança paterna. Queremos construir relacionamento mais amorosos e próximos, sem opressão. Mas ao olharmos a geração atual, nos perguntamos: estamos conseguindo? O que podemos perceber é que a liderança masculina na família, que ajusta limites claros, disciplina e conduz a criança com cuidado, aceitação e segurança, está enfraquecida. Além disso, com o enfraquecimento da família, cada vez mais crianças convivem com a falta ou ausência total da figura paterna.

Enquanto se multiplicam os estudos sobre as consequências da privação do cuidado materno, não é dito o bastante sobre os efeitos devastadores da falta da figura paterna, que faz tanto ou mais vítimas que a primeira. Algumas doenças atuais como anorexia, bulimia, tóxico-dependência, que dizimas as últimas gerações de filhos, podem ser vinculadas diretamente - segundo os últimos estudos da psicologia - ao vazio da figura paterna.... Pois estar privado do pai - desde um ponto de vista humano e profundo - mova. Nossa geração, a geração da emancipação sob todas as formas, é também uma geração de filhos sem pai" (1)

"A vocação paterna está em crise, o que leva a uma crise de lideranças maduras e corajosas no mundo. E quando faltam pais, idolatra-se a imagem de uma eterna juventude"(2)

Talvez, seja difícil para aqueles que têm, ou tiveram, pais ausentes, autoritários, violentos ou desconhecidos, entender porque nosso Deus deseja que chamemos de PAI. Mas também para estes, a necessidades é real, urgente e enorme! Eles precisam conhecer o Pai, seu Amor, sua Graça. Como filhos em comunhão, que eles possam olhar para nóse ver o Pai. "Tanto os pais, quanto as mães ou filhos ou qualquer pessoa que queira se realizar plenamente, têm no relacionamento com Deus ponto de chegada, mapa, caminho, sustento. (2)

Como Filhos desse Pai, que nos amou quando ainda estávamos em rebeldia e nos busca para um relacionamento de amizade profunda com Ele, que tem prazer em nos aceitar, caminhar conosco, guiar, disciplinar quando necessário e ver-nos sendo lapidados diariamente, cabe-nos clamar para que manifestemos Sua imagem. Pois a verdadeira liberdade que procuramos, é "aquela que o Filho pródigo descobriu quando voltou à casa do Pai, ao lar onde, por causa do amor que aí reinava, a ordem não era nem de dominação, nem de liberdade anárquica, mas somente de comunhão." (1)

1 - Cemir Diniz Campelo
2- Dom Alberto Taveira